Tirei uma semana de férias e vim matar as saudades de minha filha e da minha terra natal.
De repente me vejo acompanhando a tragédia no Estado provocada pelas chuvas. Estamos ilhadas também, com medo de retornar para Minas porque as estradas que nos levam para São Vicente de Minas estão interditadas, com quedas de barreiras. Para voltar para casa teremos que passar por Petrópolis, Itaipava e, se tentarmos outro caminho, por Itanhandu, ou seja, se correr o bicho pega...
Assistimos ao resgate emocionante da senhora de São José do Rio Preto. Sua casa sendo carregada pelas águas e ela agarrada ao seu cachorrinho, tentando salvá-lo.
Aí fico me lembrando do cão, conhecido como Patinha. Um vira-latas carinhoso, que dava afeto para as pessoas que frequentam o Calçadão de São Vicente em troca de um pouco de comida. Há alguns dias o envenenaram. Eu e Chico tentamos de todas as maneiras salvá-lo e conseguimos. Assim que melhorou um pouco, saiu de casa. Pensamos que tinha morrido até reencontrarmos na casa de outras pessoas que também tentam salvá-lo.
Tive que vir para o Rio, não sei se ele resistiu, mas sei que assim como tentaram matá-lo, vários tentaram salvar a vida do vira-latas, provando que para cada ato de maldade, existem inúmeras atitudes de amor.
Não importa se é um cão, um gato, um precioso cavalo dos haras alagados da região serrana, existem pessoas que se sensibilizam com a vida. Obviamente é mais emocionante o resgate de seres humanos, mas não podemos nos esquecer que a vida é um dom de Deus e Ele sabe quem deve ficar e quem deve partir. Quando vemos os milagres que acontecem em uma tragédia, como o bebê de seis meses resgatado após horas embaixo da terra, sentimos a força de Deus e nos enchemos de Seu amor.
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