sábado, 9 de julho de 2011

FILHOS....

Há 19 anos dava a luz ao meu segundo filho, Luís Guilherme. É incrível a emoção que sentimos. Gerar uma vida, colocá-la no mundo de depois entregá-la para este mundo. Durante anos preparei festas, comemoramos juntos, a família unida. Hoje meu filho já não liga mais para isso. Comemoração legal é beber com os amigos, afinal, ele está comemorando dezenove anos.
A mãe fica com aquela sensação de vazio, de menos valia, mas compreendendo que faz parte...
Luísa veio ao mundo oito anos antes e me lembro da sensação de propriedade que senti sobre ela. Vontade de protegê-la de tudo e de todos, até do próprio pai, como se ela fosse só e exclusivamente minha. Ilusão. Os filhos não nos pertencem.
Luís Guilherme foi o recém nascido mais bonito que já vi, com seus cabelos loiros e bochechas rosadas, mas quase me levou à loucura quando não dormia e mamava exaustivamente. Nasceu com mais de quatro quilos e em três meses dobrou de peso.
Três anos depois chegou o Chiquinho, um menino bochechudo e de cabelos negros como o pai. Queria muito que viesse viver conosco, mas isso só aconteceu cinco anos depois quando na adolescência sua mãe biológica não aguentou mais o peso de ser mãe e o entregou ao pai (TOMA QUE O FILHO É SEU). Eu não pude recusar.
Cinco anos mais tarde, depois de um feriado, Chico me diz: "vamos ter um filho" e eu respondo: "você está louco, estou na idade de ser avó". Novamente não consigo recusar e sou mãe novamente.
Luísa sempre foi uma filha perfeita: inteligente, tranquila, companheira, nunca me deu trabalho. Luís e Chiquinho em compensação...
Hoje, depois de tantos problemas que nossos adolescentes nos trazem fico apenas esperando o tempo passar e que um dia eles pensem em tudo que fizemos por eles e não nos abandonem num asilo qualquer.
Mas se isso acontecer, não irei me surpreender, afinal eles não são meus, são do mundo.
Dramática?
Sim, estou sendo, afinal são bons meninos, embora Luís apronte sempre e Chiquinho, bem, melhor deixar pra lá...
Ainda aguardo a adolescência do Kauã, que chegará quando estivermos com menos gás.
Quem sabe o mundo esteja melhor.