quinta-feira, 30 de setembro de 2010

LIVROS

 
Hoje terminei de ler o livro “A última música”. Dormi mais tarde e acordei mais cedo para poder terminar a leitura.
Tenho um sério problema com livros. 
Os romances, meus prediletos, me transportam, eu vivo as histórias, me transformo no personagem. No caso do livro citado, terminei aos prantos. Nos últimos quatro dias por alguns momentos eu não era a Renata, sim Verônica.
Como gostaria de escrever como um escritor ou ao menos como um poeta.
Quando leio o blog do Marcio (euseicozinhar.blogspot.com) ou da Fernanda (lidocomnumerosmasgostodeletras.blogspot.com), sinto que sempre falta algo no que escrevo.
Eles escrevem com tanta propriedade que chego a me arrepender de ter escolhido Pedagogia ao invés de Jornalismo.
Sou leitora.
Leio desde que me entendo por gente.
Minha mãe diz que aprendi a ler sozinha, aos 4 anos ( ! ) e passei minha infância preferindo os finais de semana lendo gibis no casarão da Nena do que brincando com amigos da mesma idade. Minha prima Martha briga comigo até hoje porque nas nossas férias eu preferia ficar lendo do que brincar ou até mesmo ir a praia. Na pré-adolescência adorava passar férias na casa da tia Glorinha porque minhas primas, mais velhas que eu, colecionavam fotonovelas e eu amava passar os dias lendo. Já na adolescência eu é quem colecionava – Julia e Sabrina, aqueles romances melosos que se compra em bancas de jornal.
Quando entrei na faculdade, quis ser intelectual. Aí lia José Saramago, mesmo odiando, e era sócia do Clube do Livro (alguém se lembra?).  Sidnei Sheldon, Agatha Cristie, Marion Zimmer, todos eram devorados por mim.
Sempre fui excelente aluna e adorava o curso de Pedagogia. Adorava estudar a Educação ao longo da história, adoro histórias. E lia até Platão!
Chego à meia idade mais voraz na leitura, principalmente agora que é tão fácil comprar pela internet e com preços acessíveis. Gosto do prazer de receber os livros, de manuseá-los de escolher qual vou ler primeiro, de iniciar a leitura, de viver a história.
Confesso que agora está mais difícil estudar.
Prefiro a prática do que a teoria.
Admito também que não leio nada que não goste, mesmo que digam que é importante.
Dificilmente deixo de ler um livro até o fim, mas já fiz isso com Neve e Memórias de uma Gueixa. Não me prenderam. Em compensação já li quase todos os romances espíritas da Zíbia Gaspareto, Mônica de Castro e Marcelo Cezar. Já fui devoradora também de livros de auto-ajuda, mas hoje não preciso mais. Eu sou uma hiena, vou querer aprender mais o que?
Há três anos comprei um livro chamado “Como escrever como um escritor”...
Não terminei a leitura e preferi continuar escrevendo como a tola que sou.
Sei que nunca serei uma escritora, como sonhava, mas já tenho meus seguidores neste blog, que aprovam minhas tolices e isso me faz rir.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DIA DO IDOSO

Hoje, 27 de setembro, é comemorado o DIA DO IDOSO.
Confesso que fiquei sabendo a pouco e me senti na obrigação de escrever sobre essa história de "ser idoso".
O tempo é muito relativo.
Outro dia ouvi no rádio um cantor dizendo que tem uma filha de 10 anos, então se perguntarmos para ela o significado de 5 anos, ela dirá que é muito, afinal é metade da vida dela, mas para nós 5 anos é quase nada. Li uma frase que também resume essa história de tempo: "os dias são longos, mas os anos são curtos". 
Fui fazer um curso no SESC Venda Nova em Belo Horizonte há alguns meses e no local estava tendo um encontro da terceira idade. Nunca vi uma galera mais animada e feliz. Em plena quarta-feira estavam na piscina, ouvindo música, dançando, tomando cerveja. Morri de inveja!
Horrível essa cultura ocidental de achar que o que ficou velho é para ser descartado. Estamos na era da reciclagem! Vamos reciclar nossos valores, nossos conceitos, nossas atitudes. Vamos aprender a nos reciclar, reaproveitando nossas sobras.
Quando perguntaram para Tônia Carreiro como era envelhecer ela respondeu: “só temos duas opções: envelhecer ou morrer”.
Eu quero envelhecer, adiando ao máximo minha partida. Quero conhecer meus netos e bisnetos e agradeço a Deus por viver numa época com tanta tecnologia e medicamentos, assim poderei envelhecer com qualidade de vida.
Ainda vou tomar cerveja em plena quarta-feira, dançando na beira da piscina, flertando, sem culpa nenhuma, me sentindo a mais bela das senhoras. Só espero que o Chico possa sobreviver para ver isso.
Como diz o grande Juca Chaves: "VELHO É QUEM SE ILUDE, QUE A IDADE É JUVENTUDE, SER JOVEM É SABER ENVELHECER".

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

LILA LINDA



Linda, você chegou sem avisar
Única, soube se impor em minha vida
Infinito é meu amor por você
Silencia meu coração inquieto
Amor, sublime amor...

Sempre soube que tinha uma relação muito intensa com Luísa. Desde que me descobri grávida, aos 19 anos. Meu avô, até então minha alma gêmea, estava muito doente, minha madrinha também, minha mãe se desdobrando entre os hospitais e eu cuidando da Fabiana, minha irmãzinha, que estava com rubéola. Quer mais?
Eu tinha terminado o namoro quando me descobri grávida.
Desesperada, penso em matar e morrer, até tomar um banho e passar a mão na minha barriga e sentir que ali pulsava uma vida, então nada mais teve importância. Tive a certeza de que tudo daria certo.
Ainda demorei quatro meses para que todos soubessem que estava grávida, afinal tinha medo, do meu pai, mineirão e de minha mãe, uma paulista do interior ambos impregnados dos valores tradicionais da época.
Sofri, mas não mais do que quando meu avô morreu depois do Natal e minha madrinha antes do meu aniversário de 20 anos.
Acho que a vivência da morte de pessoas tão queridas tornou mais fácil aceitação da vida fora de hora.
Curiosamente minha barriga só apareceu depois que eu contei para meus pais. E olha que eu já estava entrando no 5º mês. Contei a tarde e a noite já não tinha mais roupas que servissem.
Durante minha gravidez passei muito bem, ninando Fabiana no meu colo, em cima daquele barrigão e me preparando para receber o Luís, em homenagem ao meu avô. Naquela época, há 27 anos, as ultra-sonografias não eram confiáveis e haviam me dito que esperava um menino. O mais engraçado é que quando sonhava via uma menina em meus sonhos e não conseguia organizar um enxoval masculino.
Quando saí da sala de cirurgia, ainda sobre efeito da anestesia, digo para minha mãe: “é Luísa com s e acento no i”.
Luísa nasceu no dia 24 de julho, tornando-me uma mulher plena, feliz.
Atualmente é ela a minha alma gêmea.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PLAGIANDO O MARCIO...

Filhos...
Despertam em nós os melhores e piores sentimentos.
Os filhos homens - tenho três - têm o dom de me enlouquecer.
Luís Guilherme, 18 anos, é o mais ciumento, o mais exigente e o mais briguento. Sozinho, gripado e carente em São João del Rei, onde mora, me liga implorando que eu vá para lá cuidar dele. Saio de São Vicente às 17h30min, sozinha, sem o documento do carro e vou acudi-lo. Vamos ao cinema, assistir NOSSO LAR, depois comer uma pizza enquanto esclareço suas dúvidas sobre o filme. Durmo em sua casa, no dia seguinte faço faxina no seu quarto e saímos para comprar o que necessita. Volto para casa com uma sensação boa, satisfeita por ter tido meu filhote de volta, afinal há poucos dias ele dizia que iria prestar vestibular bem longe, porque eu não dava folga. Acho que ele percebeu, no auge da adolescência, que mãe serve para alguma coisa além de mandar dinheiro.
Quero que ele saiba que se precisar de mim lá onde Judas perdeu as botas, terei a mesma disponibilidade, afinal sou mãe.
Chiquinho é meu enteado, fez 21 anos dia 23 de setembro. Desde que conheci seu pai que tentamos trazê-lo para nosso convívio, mas sua mãe resistia. Aos 13 anos, rebela-se e sua mãe não consegue mais ter controle. Sobrou pra quem? Deu trabalho este moleque. Fazia tudo que não podia, tudo para chamar a atenção. Não foi fácil. Castigo daqui, algumas surrinhas dali, limite ao extremo, depois de muita luta e persistência, conseguimos obter bons resultados. Chiquinho é hoje funcionário da escola, bom filho, companheiro, sossegado, às vezes faz besteira (QUEM NÃO FAZ?), mas faz parte do aprendizado. Quero que ele saiba que se fosse preciso faria tudo de novo.
Agora chegamos ao caçula, Kauã.
Quando eu me preparava para ser avó, meu marido me diz que vamos adotar um menino. Resisti, mostrei para ele que estávamos passando por problemas com nossos adolescentes e que quando o menino chegasse à adolescência estaríamos 10 anos mais velhos e com menos disposição. Luís Guilherme não aceitava mais um irmão, enfim, usei todos os argumentos possíveis, mas quando um filho é destinado para alguém, nada se pode fazer para impedir que isto aconteça. Kauã é uma benção na vida deste casal de meia idade.
Chico, meu marido, também é meio filho. Como todo homem, precisa de uma mulher que cuide.
Tenho também uma filha, Luísa, mas aí é uma outra história...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O TEMPO NÃO PARA...


Gerson e Silvinha são irmãos e meus primos. Sempre fomos muito ligados.
Nos conhecemos desde sempre.
Podemos passar anos sem nos encontrar que o reencontro será marcado de muito amor. É como se o tempo não existisse e tivéssemos apenas virado uma página.
Durante nossa infância e adolescência, meus pais saiam do Rio de Janeiro, onde vivíamos, para passarmos férias em Praia Grande, litoral paulista. As praias do Rio sempre foram muito melhores, mas a companhia dos primos e amigos da Praia Grande fazia toda a diferença. Meus pais não tinham noção. Levavam quatro filhos para passar as férias na casa dos tios que tinham mais três filhos.
A criançada toda junta fazia a festa, a tia Arlete quase enlouquecia e tio Zinho quase ia a falência.
E assim era um tal de “Rê, Fê, Si, San, Su, Ge, Rô vamo pra Monga de bici?” Tradução: “Renata, Fernanda, Silvia, Sandra, Sueli, Gerson, Rogério, vamos para Mongaguá de bicicleta?” Fabio e Eduardo eram mais novinhos, mas sempre fizeram parte das brincadeiras que ainda tinha o Paulinho, o Charles, o Jaime, o Juninho, uma galera sem fim e inesquecível. Às vezes faço o tempo voltar relendo as cartas que guardo até hoje. Coisas que a juventude de agora não conseguirá.
Desde o ano passado, Gerson tem vindo para São Vicente com muita freqüência. Apaixonou-se por Rianny, minha quase filha e até alugou um sítio aqui, local de muita festa e momentos inesquecíveis. As filhas de Gerson e a filha da Silvia amam nosso “Pedacinho do Céu”, e isso acaba trazendo seus pais para cá com uma freqüência ainda maior.
Na última segunda-feira, recesso do feriadão de 7 de setembro, chegamos do Hotel Fazenda Marinho, depois de um fim de semana pra lá de aproveitado, para comemorarmos os 48 anos de casório do tio Zinho e da tia Arlete.
Fernanda caiu do cavalo e quebrou a mão, assim ficou só um pouquinho, Rogério e Fabio não vieram, mas da galera antiga ficamos eu, Gerson, Silvinha e Eduardo e resolvemos reproduzir uma foto da nossa infância. Com a ajuda de Luísa, minha filha, do Klaus, meu primo e que acha que faz parte também deste lado da família tiramos a foto. Com muita dificuldade, pois Silvinha não parava de rir.
Agora vamos mandar fazer as cópias e colocar em nossas casas.
Como disse o Gerson, nossos fígados sobreviveram, mas o melhor de tudo é que nossa amizade é maior que todo e qualquer problema do mundo. 
O amor faz o tempo parar.