quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

10º LUGAR UFSJ

Meu filho passou no vestibular de Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de São João del Rei.

A FORÇA DO BEM - CAPÍTULO 2

Patinha sobreviveu!
Cheguei de viagem e fui ver se ele estava vivo. Qual não foi minha surpresa quando ele veio ao meu encontro, feliz, pulando em mim.
Acho que está cego, o que no caso de um cão é pouca deficiência, uma vez que o faro é mais importante.
Temos que parabenizar o esforço das "Adrianas" e da família da Helena, que acolheram o cão e, infelizmente lamentar a falta de interesse do poder público em montar um abrigo para recolher animais abandonados, optando pelo extermínio.
"TODA VIDA MERECE O ESFORÇO DE QUEM LUTE POR ELA!"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Flor Amarela faz 20 anos - CAPÍTULO 1


Quando vim para esta pacata cidadezinha, mal sabia o que iria encontrar, nem sabia o que iria viver. Vim a convite do prefeito da época, o Prinha, que me deu a chance de começar. Soube muito depois de sua partida que ele me considerava uma chata, exigente. Sinto não ter podido esclarecer que eu só exigia o que seria o melhor para a cidade que ele administrava e não para mim. Passaram-se 20 anos. 
Aqui na cidade que me acolheu e onde meu sonho se tornou realidade, também "comi o pão que o diabo amassou". Explico: a política do interior de Minas é algo que nunca tinha vivenciado. No Rio de Janeiro, onde vivia, nunca tinha conhecido sequer um vereador, só havia militado pelas "DIRETAS JÁ", enfim, tinha a liberdade de escolher os candidatos, possível apenas em um regime democrático. Quando vim para cá aprendi que a realidade era outra. Teria que assumir uma posição e assim perder os amigos que eram do "outro lado". A política aqui era dividida entre PDS e PMDB, ou seja direita e esquerda. Como quem me trouxe para cá foi o Prinha, o prefeito que assumiu depois e que era de oposição, fechou as portas da prefeitura para nós, cortando até mesmo a merenda escolar. Revoltada, me tornei oposição ao governo municipal. Isso foi em 1993, quando me tornava fellow da Ashoka e toda ajuda que tinha para me manter era utilizada para manter a Flor Amarela de portas abertas. Algumas pessoas que trabalhavam comigo ficaram meses sem receber salários, "desviei" uma verba conseguida do governo estadual para compra de medicamentos, e comprei alimentos - achei que se justificasse estaria tudo certo. Quanta ingenuidade... Quem segurou minha barra foi meu pai, me ajudando a me manter aqui, mesmo contra a sua vontade, que sofria vendo sua filha "tão inteligente" passando por todo aquele sofrimento na cidade que ele nasceu.
O tempo passou, e anos depois Prinha volta ao poder, dessa vez como vice-prefeito. Eu e minha família, trabalhamos muito para que isso acontecesse. Após a eleição, peço o apoio do prefeito eleito, mas ele diz que terá que ver o que poderá fazer, que as coisas não são bem assim como eu penso... Sinto que estou sendo descartada e sofro. 
1998 a Flor Amarela está passando por um dos seus piores momentos. Já não temos mais recursos para nos manter. As dívidas se acumulam e não temos mais onde pedir socorro. Decido fechar a escola, mesmo após os funcionários terem feito uma mobilização, colocando uma faixa na frente da escola com os seguintes dizeres: "não pense que a vitória está perdida, se e de batalhas que se vive a vida". Me emociono, choro, sofro, mas tenho que ser realista - não dá mais. 
Uma amiga do Rio vem nos visitar, se encanta com nosso trabalho e quando digo que estamos para fechar as portas, solidária, me conta que é amiga do jornalista Pedro Bial, na época apresentador do Fantástico, e que irá conseguir uma matéria no programa. Confesso que duvido um pouco, mas em janeiro recebo um telefonema do próprio Pedro dizendo que temos uma amiga em comum e que ele próprio virá fazer a matéria. Quase caio dura para trás. Estamos no mês de janeiro e teremos que simular um dia comum de trabalho. Coloco anúncio na rádio, pedindo para os alunos comparecerem à escola, convoco os funcionários e procuro o prefeito para pedir um funcionário para capinar nossa horta. Aproveito a oportunidade para convidá-lo a conversar com o jornalista e explicar o porquê da escola ter chegado na situação que chegou. Ele despreza o convite. Acho que duvidou de mim e me acha chata.
Convido minha amiga Pollyana, jornalista e na época chefe de gabinete para me ajudar a receber a equipe global. Ela presencia toda conversa e vê que, em momento algum, falo mal da administração municipal. Coloco a real situação: não temos como manter o trabalho. No dia 17 de janeiro de 1999 o Fantástico apresenta o vídeo:
 

O QUE NÃO ME MATA, ME FORTALECE!

Recebi uma mensagem do Fábio, meu irmão que dizia: "sabe quando vc teve aquela infecção renal e tremia que nem bambu em dia de ventania? Tenho que te confessar que aquele foi um dos momentos mais lindos da minha vida. É que naquele seu tremilique todo, enrolada num edredon, papai hiper nervoso em te ver naquele estado, te abraça no intuito de te aquecer mais ainda. Ali e em você vi o quanto nosso pai nos amava e faria tudo, até as coisas mais impensáveis para nos salvar. Talvez vc não se lembre disso, afinal sua condição física na hora era terrível, mas aquilo ficará sempre na minha memória. Choro toda vez que me lembro, vc não concorda que foi um momento bonito pacas? Bjs."
Bem, depois disso quem chorou fui eu, e muito.
Quem conheceu meu pai, sabe que ele era uma pessoa incrível, mas durão. Nós filhos sabíamos, que por trás daquela casca existia um homem capaz de tudo pela família.
Sinto saber que meu pai brigou com grande parte de sua família por minha causa, na verdade por causa da política de São Vicente de Minas.
Para quem não sabe, quase morri no ano de 2000. Depois de nove anos investindo no sonho de atender pessoas tão especiais na Flor Amarela, sofri as consequências.
O stress levou uma bactéria chamada escherichia coli a se deslocar do meu intestino e se instalar nos meus rins e quase me levar à óbito. Tinha febre alta, delirava, não comia, desmaiava, fiquei mais de um mês de cama, semi-morta.
Numa dessas que Fábio presenciou a cena de meu pai, me abraçando e tentando me trazer de volta à vida.
Meu Deus, como ele deve ter sofrido.Por sorte, ou intervenção divina, não parti e cá estou contando para vocês o quanto é importante demonstrarmos nosso amor.
Obrigada Fabio, pelo presente que me deu. Saber que nosso pai nos amou tanto, apesar de me dar um aperto no peito, me faz feliz.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

DECISÕES DO INÍCIO DO ANO

Parei de fumar, assim, decidi. Achei que na hora que tomasse cerveja não iria resistir, mas estou firme em minha decisão. Nunca entendi porque fumava, sem ser fumante. De vez em quando me dava vontade e às vezes fumava até um maço, depois tomava pavor de cigarro, do cheiro e ficava dias sem fumar. Assim, decidi, não fumo mais, porque detesto o cheiro de cigarro, a ressaca do cigarro, detesto ver meus filhos adolescentes fumando, como idiotas sem informação.
Vou emagrecer. Decidi que até o fim do ano emagreço 15 quilos, apesar do climatério, mesmo que para isso tenha que parar de tomar cerveja (isso sim um sofrimento).
Não viajo mais no mês de janeiro, nem para ver minha filha amada e de quem morro de saudades.
Tirarei férias em março, abril, mas janeiro não. Não quero mais me sentir prisioneira das chuvas e das tragédias provocadas por ela.

A força do bem

Tirei uma semana de férias e vim matar as saudades de minha filha e da minha terra natal.
De repente me vejo acompanhando a tragédia no Estado provocada pelas chuvas. Estamos ilhadas também, com medo de retornar para Minas porque as estradas que nos levam para São Vicente de Minas estão interditadas, com quedas de barreiras. Para voltar para casa teremos que passar por Petrópolis, Itaipava e, se tentarmos outro caminho, por Itanhandu, ou seja, se correr o bicho pega...
Assistimos ao resgate emocionante da senhora de São José do Rio Preto. Sua casa sendo carregada pelas águas e ela agarrada ao seu cachorrinho, tentando salvá-lo.
Aí fico me lembrando do cão, conhecido como Patinha. Um vira-latas carinhoso, que dava afeto para as pessoas que frequentam o Calçadão de São Vicente em troca de um pouco de comida. Há alguns dias o envenenaram. Eu e Chico tentamos de todas as maneiras salvá-lo e conseguimos. Assim que melhorou um pouco, saiu de casa. Pensamos que tinha morrido até reencontrarmos na casa de outras pessoas que também tentam salvá-lo.
Tive que vir para o Rio, não sei se ele resistiu, mas sei que assim como tentaram matá-lo, vários tentaram salvar a vida do vira-latas, provando que para cada ato de maldade, existem inúmeras atitudes de amor.
Não importa se é um cão, um gato, um precioso cavalo dos haras alagados da região serrana, existem pessoas que se sensibilizam com a vida. Obviamente é mais emocionante o resgate de seres humanos, mas não podemos nos esquecer que a vida é um dom de Deus e Ele sabe quem deve ficar e quem deve partir. Quando vemos os milagres que acontecem em uma tragédia, como o bebê de seis meses resgatado após horas embaixo da terra, sentimos a força de Deus e nos enchemos de Seu amor.