quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Tempo em fatias


Drumond disse:
"Um ano, quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente..."
Nos finais de ano sempre me sinto como o tempo, fatiada. É como se pudesse juntar meus pedaços e recomeçar do zero.
Este foi um ano de muitas decepções, mágoas, sofrimentos, mas também de muitas alegrias e devemos senti-las com muito mais intensidade do que o que nos faz sofrer. Kauã se tornou nosso filho de direito, agora é Kauã Villela Botelho. Luísa vai me dar meu primeiro neto, Pedro, e apesar da polêmica em torno do nome, porque são muitos Pedros na família, aprendi a respeitar a opinião da minha filha, que é mais cabeça dura que a minha mãe. Chico sugeriu que se chamasse Nicanor ou Nestor. Prefiro Pedro, mas o amaria mesmo que se chamasse Jacó (outra sugestão do Bomba).
Chiquinho, finalmente, concluiu o segundo grau e irá morar com a mãe, para dar continuidade aos estudos.
Luís Guilherme está fazendo Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de Lavras e tem sido excelente aluno. Esse menino tem futuro.
Minha mãe irá completar 70 anos em janeiro.
Nunca estive em uma fase melhor no casamento. Eu e Chico estamos vivendo juntos e felizes como deve ser um casal de meia idade. Ontem ele ficou bravo porque saí com minhas cunhadas e primos. Será que ele ainda tem ciúmes de mim???
Tenho menos amigos do que antes, mas muito mais sinceros.
Tenho amigas e amigos de décadas que reencontro nas redes sociais e me fazem voltar no tempo.
Consegui comprar um carro. Tá certo que ele já tem 12 anos, mas é um Honda Civic e tá interaço.
No final deste ano teve "barraco" e não podia ser diferente.
Somos uma família imensa, de pessoas com personalidade forte e muitas crianças que se reúne apenas uma vez no ano. Curtimos muito estar juntos e o amor que nos une é tão intenso que supera qualquer discórdia.
Agora, enquanto escrevo, uma das minhas sobrinhas, se aproxima mancando, ela quebrou o dedinho do pé, tem dois aninhos, é uma linda, adora a "Tienata" e eu amo essas crianças.
O amor é o que me move e não consigo ficar remoendo o que me entristeceu.
Só permito que me entristeça a falta que sinto do meu pai, dos meus avós, da Carol, do meu sogro, de tanta gente que fez parte da nossa vida e se foi para o encontro do amor incondicional. Sim, é assim que hoje encaro a morte, como o encontro com o amor incondicional e isso minimiza a tristeza.
Vamos permitir deixar para trás as pessoas que nos magoaram e vamos abrir caminho para que novos amigos cheguem.
Fechar um ciclo é bom. Dá fé e esperança no futuro.

2 comentários:

  1. Boa Rê. E bola pra frente que 2012 ainda será regada de muitas alegrias e tristezas. Ce la vie!!!

    ResponderExcluir
  2. É, Re... tá mais velha 1 ano... mas muito mais consciente do que quer e de como isso deve acontecer.
    Gratidão por mais um ano de amizade verdadeira.
    Te gosto... muito.
    Feliz 2012!

    ResponderExcluir