quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ENTRE O VIVER E O MORRER

Não tenho medo da morte, mas prefiro viver. Adoro a vida e me assusta envelhecer. Ando sempre entre a cruz e a espada. Se faço dieta e emagreço, não posso tomar cerveja e me divertir, me sinto uma doente. Se tomo cerveja e me divirto, continuo gorda e odiando esta barriga que não me pertence. Passo a semana trabalhando demais e nem percebo que já é sexta-feira. Acho engraçado as pessoas postarem no facebook, saudades do fim de semana ainda na segunda-feira. Morro de medo de pensar que outro final de semana está chegando e eu nem vi a semana passar. Minha filha, ainda ontem uma garotinha, hoje já é mãe. Meu neto, que a pouco tempo nascia, hoje já “conversa” comigo. Meu filho está um homem, companheiro, responsável, não mais aquele bebê rechonchudo e loiro que eu amava de maneira incondicional. Chiquinho, a quem amei como meu filho, mudou-se e nunca mais nos procurou. Disse que não nos deve nada. Não deve mesmo, só queria seu amor. E Kauã, um menininho que preencheu a vida do casal de meia idade, hoje já é um meninão esperto, voluntarioso. No almoço comentei com meu marido que estamos juntos há 17 anos. DEZESSETE!!! Ele nem se lembra mais de quando eu era magra. Será que é justo envelhecer? Sentir as juntas (credo) estalarem ao acordar, dores nas costas, vontade de voltar a correr, subir escadas com agilidade, pegar crianças no colo e nem lembrar que elas pesam? Acordei com vontade de escrever. Era madrugada, fiquei com preguiça de levantar, estava frio – velho sente mais frio – passei o dia ocupada e, droga, me esqueci. O que queria escrever era muito mais interessante do que o que escrevo agora. Maldita memória.. Vamos lá, hoje estou uma velha chata. Tenho apenas 48 anos. Logo irei comemorar meus 50! E foram muito bem vividos! Porque então me sinto assim? Essa sensação de que as semanas estão virando dias? Não vejo o fim de semana chegar e nem percebo quando acaba. Abro o olho e nem amanheceu, mesmo assim... ué, já anoiteceu.