quarta-feira, 13 de abril de 2011

Guerreiras

Minha irmã mais nova, fez 45 anos ontem. Nem eu, nem ela aparentamos ter a idade que temos. Talvez porque sejamos filhas da mesma mãe, que está chegando aos 70 inteiraça!

Fernanda é uma guerreira, com quem tenho o privilégio de conviver por todos estes anos. Sempre fomos mais que irmãs, sempre fomos amigas e unidas.
Fernanda é dessas mulheres que encara a vida de frente, atravessando todos os problemas que lhe aparecem como um tsunami e teimosa como boa ariana.
Ontem passei por duas emoções distintas: a perda precoce da amiga e a alegria de comemorar mais um ano de vida de minha irmã. Fernanda me deu a graça de ser madrinha do Vinicius, tia da Isabela e de estar ao seu lado no momento mais difícil de nossas vidas, quando Carolina foi encontrar com a Dita. Lembro que um ano antes, quando a Dita, irmã adotiva de minha mãe, estava "partindo", ela olhava para o nada e dizia: a menininha...Pouco mais de um ano depois a caçulinha da Fê estava indo ao seu encontro. Um dia após a partida da Carol, sonhei com as duas sorrindo para mim e acordei procurando minha mãe para lembrá-la das palavras da Dita. Por mais difícil que tenha sido o momento, a fé de que estava juntas se cuidando e olhando por nós, me tranquilizou. Fernanda enfrentou a perda da filha com a dignidade que existem em poucas mulheres! É excelente mãe, esposa, irmã, tia, madrinha, amiga, enfim, quase perfeita...
Minha mãe também é guerreira, sempre disposta a defender suas crias. Por nós briga como uma "galinha de pinto". Quando soube que meu pai teria que fazer um transplante de rim, foi a primeira a se oferecer. Graças a ela, ele sobreviveu por mais de sete anos sem hemodiálise. Quando ele teve o AVC que o levou para o Plano Espiritual, ela ficou do seu lado, mais do que o possível. Foi filha, esposa, mãe e avó dedicada e apaixonada, apesar de estar ficando parecida com a Dona Encrenca - sua mãe (ela vai ficar uma fera quando ler isso :)
Fabiana é a caçulinha, tem menos de trinta, quatro filhos, vive na fazenda e é casada com um mineirim ciumento que só. Imagine ser mãe de gêmeos prematuros aos 18 e três meses depois descobrir que está grávida de ... gêmeos. Amadureceu na marra, embora às vezes tenha ainda um comportamento infantil, coisa de menina mimada. Hoje, como empresária bem sucedida do ramo de turismo (aproveito para fazer propaganda www.hotelfazendamarinho.com.br), sabe administrar seus recursos financeiros como ninguém.
Minhas cunhadas também são poderosas! Cris consegue administrar um marido como o Rogerio e seus três filhos educadíssimos, como só ela. Rena, gaúcha das bravas, traz o Fabio num cortado e é mãe das garotinhas delícias.

Minha filha, Luísa, herdou da mãe a coragem de correr atrás dos seus ideais e é uma vencedora de primeira grandeza. Não vou ficar falando dela para não despertar o ciúme dos outros filhos, todos machos!

Nessa família de guerreiras, temos também a Martha, minha prima que amanhã fica um ano mais velha que eu (ahahaha), foi criada no meio de um bando de homens e venceu! A Rosa, agregada, tanto fez que casou com meu primo só pra entrar na família. E a Silvinha? Caraca! Sem palavras...
Bem, essas são as mulheres com quem convivo desde sempre e que me dão forças para aprender a me cercar de uma mulherada competente, para que o belo trabalho que a Flor Amarela desenvolva (sem falsa modéstia).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Por que???

Estava no Rio, na casa da minha filha, me preparando para voltar pro meu Pedacinho do Céu, quando a TV ligada dava as informações ao vivo.
Eu, como diretora de escola, me solidarizava com os professores, alunos, pais e mães desesperados,e com a "pobre" diretora.
Como impedir a entrada de um ex-aluno na escola?
Como imaginar que o maluco terrorista iria atirar em crianças.
Ele passou metade da vida arquitetando o ato repugnante que resultaria nessa tragédia.
Ninguém nunca observou o quanto era louco?
Dizem que ele fez tratamento psicológico até os 17 anos, quando decidiu parar. Como deixaram?
Aí fiquei pensando num ex-aluno da nossa escola, hoje com cerca de 16 anos. Desde criança manifestava comportamento agressivo e o psiquiatra detectou que ele era psicótico. Os pais se recusaram a dar o medicamento, porque ele ficava sonolento. Depois de anos, não dava mais para ficar na escola e ele se afastou. Há cerca de dois meses tentou matar a avó. Será que irão tomar uma atitude ou irão esperar que cometa um ato pior. Conhecendo a família, acredito mais na segunda hipótese. Será mais um Wellington nessa Terra com atos tão primitivos?
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Hoje Adriana, uma amiga com quem convivo desde a adolescência partiu para o plano espiritual. Há dois anos seu marido teve um tumor no cérebro que o levou em meses. Na época, Adriana descobriu que estava com leucemia.
Durante anos lutou com a doença porque precisava sobreviver para cuidar de seus filhos pequenos, hoje com 11 e 7 anos. Em dezembro ela não quis esperar as festas de fim de ano e foi tentar o transplante de medula. Não deu certo. Hoje ela partiu e deixou seus filhos aos cuidados da sogra, uma senhora com mais de 70 anos.
A comoção que esta morte provocou em nossa pequena cidade foi grande. Será que ela tinha mesmo que partir?
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Ontem acompanhei no Fantástico o caso de Realengo e no Domingo Espetacular uma matéria sobre a Cracolândia em São Paulo.
Por que tanta gente querendo viver, gente querendo morrer, gente querendo matar, gente querendo salvar....
Meu Deus, me dê uma resposta para meus questionamentos!