sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
mais uma do Bomba...
SÃO FRANCISCO de Assis é conhecido como o protetor dos animais. Assim também é outro Francisco que conheço, meu marido, Francisco Lucinda Botelho, mais conhecido como Chico Bomba.
Vou explicar a razão do apelido, Chico nasceu e cresceu na fazenda da Bomba, conhecida por este nome porque no passado explodiam dinamites à procura de ouro nas terras da fazenda. Assim, como no interior de Minas tudo é de alguém, o Chico é da Bomba, como toda a família.
Convivendo com meu Chico há mais de 15 anos, estamos sempre aprendendo um com o outro. Há cerca de cinco anos adotei um gato em Cabo Frio e trouxe de presente para ele. Demos o nome de Crispim. Um ano depois, adotamos um cachorrinho abandonado, e demos o nome de Bandit. Um dia, Chico encontrou Crispim morto, envenenado. No dia seguinte, foi a vez de Bandit sofrer com o veneno. Indignamos-nos, demos parte na polícia, colocamos faixa na varanda de casa, dizendo que matar animais de estimação é crime, enfim, agimos, mas nada amenizou nosso sofrimento. Chico sentia como se tivesse perdido um filho.
Continuamos adotando gatos, que sempre desaparecem.
Sofri muito quando o Glint, este bengal que ganhei do meu irmão e que, acredito, tenha sido roubado, desapareceu.
Recentemente aconteceu um fato inédito, que só podia partir do Chico. Um bentevi embaralhou num fio de poste em frente de casa e não conseguia se desvencilhar. Chico ligou para CEMIG, a companhia energética de Minas Gerais, não deu folga para os atendentes. O Gérson, funcionário da CEMIG que reside em São Vicente de Minas, já nem atendia mais seus telefonemas. Eu presenciei uma das conversas, ele dizia para atendente que era uma vida que estava em jogo.
Um dia um amigo do meu filho pediu uma botina emprestada para uma festa junina. Eu peguei a mais velha, logo o Chico veio correndo tomar da minha mão. Na botina ele guardava o dinheiro. Chico não confia nos bancos, acredito.
São inúmeras as histórias do Chico, assim como as expressões que ele usa, tipo: “eu canto igual uma mangava no oco do moirão”, os gêmeos da Fabiana quando nasceram pareciam “filhotes de pica-pau no buraco do cupim”, esbudegado, quer dizer que ele está cansado e todo mundo é bobado. Esses dias Paulo, meu primo, estava falando sobre a piscina de sua casa, Chico fez a seguinte comparação: ”piscina é que nem mulher da gente, dá muito trabalho e muito gasto para pouco uso”, apesar da fala machista ele não é nada disso, é um homem carinhoso, marido amoroso, excelente pai de família.
Depois que aprendi a lidar com ele, a relevar certas gracinhas sem graça, estamos vivendo bem. Tá certo que a fluoxetina também ajuda...
Chico é uma figura!
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